Irani Mariani – advogado, OAB/RS 5.715
Reportagem do Jornal Zero Hora, edição de 29/11/2015, de autoria do jornalista Juliano Rodrigues, denuncia o sucateamento do Departamento Autônomo de
Estadas de Rodagem (DAER), Autarquia do Estado do Rio Grande do Sul, informando que o DAER possui 1.378 funcionários responsáveis para cuidar de 11.110
quilômetros de estradas (67,7% asfaltadas e 32,3% sem asfalto), paga salário a servidores que já morreram e abono-permanência para funcionários aposentados, está com o maquinário sucateado, virou gestor de contratos terceirizados com empreiteiras. Em suma, a reportagem revela que o DAER perdeu
sua atividade fim, visto que não dispõe de estrutura sequer para tapar buracos e seus funcionários não têm mais o que fazer. Mas, paradoxalmente, o DAER possui 947 imóveis, onde se incluem colônias de férias, ginásios poliesportivos, alojamentos, apartamentos, sedes sociais, campo de futebol, CTGS, escritórios e residências para funcionários, engenheiros e superintendentes, sendo uma delas avaliada em R$ 2.500.000,00. E segue a reportagem nesse lamaçal de imoralidades.
Mais que surpreso, fiquei estarrecido com o fato de que o DAER virou uma “Sodoma e Gomorra” patrocinada com o dinheiro público.
A gestão do DAER explica como o Rio Grande do Sul vem sendo administrado nos últimos 30 ou 40 anos.
Por que nenhum governador conseguiu colocar o DAER nos trilhos e acabar com essa escancarada imoralidade? Teremos aqui no RS, algum dia, governador “macho” para acabar com administrações imorais que levaram o nosso Estado à vergonhosa insolvência? Pelo histórico dos nossos políticos gaúchos, acredito que não. Como gaúcho, sinto-me profundamente envergonhado diante de fatos tão estarrecedores.
E, por isso, estou sugerindo que o Estado do Rio Grande do Sul seja extinto e incorporado ao nosso vizinho Estado de Santa Catarina para ser administrado com competência, legalidade e moralidade, como acontece naquele Estado.