Irani Mariani – advogado, OAB/RS 5.715
Chegamos ao fundo do poço e a culpa é da elite do poder e responsável pela corrupção generalizada.
Na iniciativa privada todos estamos “apertando o cinto” e reduzindo os gastos.
Mas a elite do poder, ao que parece, não está consciente da crise, pois está pedindo aumento de vencimentos, mesmo sabendo que isso representa mais sacrifícios para a população, pois os cofres públicos estão raspados.
Augusto Cury em “Os Segredos do Pai-Nosso 2”, pg. 84, afirma que: “Os humildes reconhecem seus limites, os orgulhosos se consideram deuses. …… Os humildes amam servir, os orgulhosos amam ser servidos. …….. Humildade não é pobreza social, mas desprendimento do poder.”
Ora, se a elite do poder não está satisfeita, o que dirão os milhões de brasileiros que estão sofrendo face a redução de salários, desemprego, fome, meses e até anos numa fila de hospital para serem atendidos, quando são atendidos? Como disse uma jornalista (nível superior): “Eu me contentaria apenas com o aumento de 6 mil reais que eles querem.” Milhares de brasileiros, competentes e de nível superior, que recebem em torno de R$10, R$12 e R$15 mil por mês, estão mais que satisfeitos! Por que, então, para a elite do poder R$30 mil por mês não basta? E mais, ela fixa seus vencimentos sem controle da população, agravando as desigualdades sociais, ao arrepio dos arts. 3.o, 5.o e 7.o da CF, pois a elite do poder pode tudo, enquanto a grande maioria ganha pouco e não recebe em dia seus salários. Assim, vivemos sob a égide de uma elite neurótica, dominadora, forte exteriormente, mas frágil interiormente. E, segundo, Augusto Cury, op. cit., pg. 149: “Quando essas pessoas assumem um cargo de poder, os monstros do seu inconsciente entram em cena produzindo comportamentos autoritários e destrutivos.” Enriquecimento na função pública, definitivamente, não é sinônimo de moralidade. Sem humildade, a elite do poder continuará nos sufocando. Até quando?