ELEIÇÕES – DOAÇÃO EMPRESARIAL

Irani Mariani – advogado, OAB/RS 5.715

Segundo reportagem publicada no Jornal do Comércio, edição de 26/07/2016, pg. 19, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, afirmou que a proibição de doação empresarial para fins de campanha política foi “SALTO NO ESCURO”, pois, segundo ele, haverá financiamentos ilícitos, a iniciar pelo caixa-2.

Com respeito, ouso discordar do ilustre Ministro porque a corrupção tem origem, sempre, nos conchavos entre empresários e políticos.

Nenhum empresário faz doação alguma a político ou a quem quer que seja por mero altruísmo ou caridade.

Eu diria que, via de regra, as doações, salvo as destinadas para instituições filantrópicas, somente têm como finalidade o INTERESSE que depois vai ficar materializado na CORRUPÇÃO que, devido a isso, se tornou endêmica, sistêmica e generalizada aqui no Brasil, jogando-nos no caos que hoje vivemos.

Outrossim, a iniciativa da proibição de doação de empresários para campanhas políticas teve como principal protagonista a OAB que representa mais de 750 mil advogados aqui no Brasil. Por que? Porque nós advogados, mais que ninguém, sabemos onde está o busílis da corrupção.

O ministro do STF, MARCO AURÉLIO MELLO, quando era presidente do TSE, na entrevista à revista Veja, edição de 12/2/14, referindo-se ao descalabro da corrupção na classe política e instituições públicas, afirmou: “A sociedade não é vítima, é a culpada. Reclama do governo e se esquece de que quem colocou os políticos lá foi ela própria.”

É com ideais que vamos construir uma sociedade mais igualitária e menos violenta, buscando como exemplo aqueles grandes líderes, alguns deles extremamente pobres, que fizeram de suas vidas uma doação em prol dos necessitados e do bem comum. A classe política deveria ter essa índole.

Chega de políticos que saem por aí catando votos com dinheiro da corrupção e que depois enganam seus eleitores ao usarem seus mandatos apenas para beneficiar seus corruptores.

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